sexta-feira, 31 de julho de 2009

É.. hoje o psicológico falhou!

Devo reconhecer que hoje o meu psicológico falhou... e nem foi com um ataque repentino a uma caixa de bombons ou a um super cheeseburguer! Nada disso, a falta da comida em nada me incomoda, muito pelo contrário, fico mais que feliz ao repugnar um sanduba ou por deixar restinho no prato.


O que pegou hoje foi o medo da embolia. Na verdade, tenho me segurado horrores, mas não houve um só dia de todos esses 43 últimos que eu não tivesse medo de morrer disso. Contei toda a história aqui, mas não assumi esse pavor que me consome. Se eu sinto dor nas costas, se eu tusso, se meu xixi escurece ou se qualquer coisa me parece diferente, já acho que pode ser algum sinal. Eu tive pra falar sobre isso aqui várias vezes, mas tentando me convencer que era uma bobagem, deixei pra lá.


Só que hoje eu acordei sentindo uma forte dor nas costas e eu fui para o trabalho agoniada. Parece que é uma voz que sopra aos meus ouvidos... "pode ser um trombo". E o pensamento vai me consumindo. A sensação é praticamente à da síndrome do pânico (embora eu não conheça, imagino qual seja!).


E então não deu outra... peguei o telefone e liguei pro pneumologista. Aliás, a escolha por tal especialidade foi aleatória. Pensei assim... vou nele que, no mínimo, ele vai ouvir meu pulmão. A secretária disse que se eu chegasse até às 10h30, ela poderia me encaixar. Não tive a menor dúvida, larguei minha mesa lotada de serviço e saí que nem louca, fui!


Só não passou pela minha cabeça em como estaria um consultório de pneumologista em tempos de gripe suína. Logo na porta já me deparei com meia dúzia de gente mascarada. Uma verdadeira cena daqueles filmes de pandemias. E eu, que já estava apavorada, entrei em desespero. Não sabia se dava meia volta e levava a dor nas costas pra casa ou se enfrentava a sala de espera lotada de supostos H1N1.


Cheguei na recepção e antes do bom dia, ganhei uma máscara. E a coloquei, óbvio. Depois, quase que em mímica, comuniquei que era recém-operada e que não poderia permanecer ali e que aguardaria a minha vez no corredor. E assim foi. Por bem (ou seria menos mal?) a secretária teve o bom senso de me passar na frente e me chamou logo em seguida.


O médico, como sempre um lord, Dr. Mário Sérgio. Depois de higienizar as mãos, me atendeu. De certo ele esperava mais um paciente com tosse, febre e dor no corpo. Mas não tive o menor pudor em começar a conversa assim: "Olha, eu sei que o meu problema é psicológico, mas eu preciso que o sr. ouça meu pulmão e me diga que eu não vou morrer de embolia".


Surto, surto, surto! Ai gente, foi exatamente assim que eu fiz. Aí o relembrei de toda a minha história e disse o quanto ando atormentada com tudo isso, ainda mais agora que surgiu essa dor nas costas. E eu achando que ele fosse rir da minha cara, com tanta gente esperando por Tamiflu do lado de fora, foi super cuidadoso e finalmente auscultou meu pulmão, fez um teste da oxigenação no meu dedo indicador e parecia tudo certo. Ainda assim, me pediu um exame de sangue e pediu que, assim que o resultado saísse, era pra eu telefonar pra ele.
Aproveitei para perguntar sobre a realidade da cripe e ele foi taxativo ao dizer que a situação é crítica. Que o governo e a mídia estão minimizando, omitindo, camuflando as estatísticas. Que não é uma gripe como outra qualquer, que ela é mais forte e letal. Me perguntou se eu tinha filho e disse para não mandar pra escola agora!


Saí de lá feito bala, enquanto passava pela sala de espera, respiração zero! Fui direto ao Laboratório Sabin colher o sangue. Aproveitei a máscara para usufruir da senha preferencial, claro. Péssimo, mas o fiz, afinal eu sou ainda recém-operada, ou não mais? Nem sei, sei que fiquei com muito pavor. E o povo olhava pra mim como quem tava vendo o Frankstein. E foi tudo muito rápido.


O exame que eu fiz foi pra ver o nível de Dimero-D.


"O Dimero D é um produto da degradação da fibrina pela plasmina. Sua determinaçãoé útil no diagnóstico da trombose venosa profunda (TVP) e do tromboembolismo pulmonar (TEP). Nestes pacientes, a fibrinolise endogena leva a formação do DD, que é detectado uma hora após formação do trombo e permanece elevado em média 7 dias. Níveis elevados de Dímero D tem sensibilidade superior a 90% na identificação de TEP, confirmada a cintilografia ou angiografia. Entretanto, devemos ressaltar sua baixa especificidade. Niveis elevados também são encontrados nas seguintes situações: infarto agudo do miocárdio, sepses, neoplasias, pós-operatórios (até 1 semana), coagulação intravascular disseminada, anemia falciforme, insuficiencia cardiaca e pneumonias. Ressalta-se que as dosagens do Dímero D sérico realizadas por imunoensaios apresentam maior sensibilidade que outros testes".


Pois bem, voltei para o trabalho que nem deu tempo das pessoas perceberem a minha falta e já no caminho fui pensando que aquilo tudo não passou de uma falha no psicológico que até agora teria reagido tão bem. Mas continuei aguardando pelo resultado do exame que deu negativo. Liguei para o médico e ele me tranquilizou novamente. Disse para eu ficar atenta apenas em caso de dificuldade na respiração ou se escarrar sangue, mas que eu fiz tudo como deveria ser feito e não vou ter problemas.


Não me culpo, não quero pular da ponte JK, mas senti uma completa de falta de controle. Tudo bem que esse fardo é gigante e será eterno. Exatamente por isso eu preciso aprender a conviver com ele. E tomei a decisão de não parar com o acompanhamento psicológico. Eu já fui liberada, mas vou pedir arrego!


A cirurgia em si já mexe profundamente com a gente. É uma mistura de medo, de ansiedade, de alegria, de vida nova. Tudo ao mesmo tempo agora. E eu quero me livrar de uma vez por todas desse trauma!


E é isso... SOS PSICÓLOGO URGENTE!

Logo venho com notícias, mas não se preocupem, estou totalmente recomposta!

Beijos,
Thaisa

4 comentários:

  1. Força na peruca, Thaísa! Vocë vai superar! Deus te guarda!
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. oi Thaísa, li seu blog e gostei mto...vou operar dia 14/08 e estou super ansiosa...
    achei mto legal seus relatos, me ajudaram bastante...vou acompanhar seu blog e se quiser dá uma passadinha lá no meu tbm...
    força, q td será superado, vc já é uma vitoriosa...
    bjssssssssss

    ResponderExcluir
  3. Meu anjo,

    Você sempre foi muito disciplinada! Nâo vai mesmo acontecer nada de errado com vc exatamente por isso!
    Mas... vc teve a atitude certa! Tem mesmo que procurar profissionais pra sanarem as dúnvidas.

    O problema é que a gente tá tão acostumado a se auto-medicar que tem vergonha de procurar os médicos.

    Seu blog é show porque vc é verdadeira nele. E é dessa forma que vc ajuda os quase e os recém operados.

    Um grande abraço,

    Fabíola

    ResponderExcluir
  4. Oi querida!!!
    Hora de marcarmos nosso bate-papo.
    Aproveitamos e falamos sobre tuuuuuuuudo.
    Beijos.

    ResponderExcluir