segunda-feira, 29 de junho de 2009

Primeira consulta com o médico...


Pois é, hoje foi dia do super encontro com o Dr. Sérgio. Ai que bom! Estava muito curiosa pra conversar com ele, perguntar, perguntar e perguntar. E engraçado que cheguei lá e não falei nada. Só ouvi... ele, com aquele serenidade sem fim, só falou que eu estou ótima. Primeiramente ele me pesou. Já foram 5 quilos, o que me deixou quase feliz. Já me conscientizei de que a minha perda de peso será mais lenta em relação à grande maioria dos operados. Pelo que o médico explicou, a cirurgia, que é realizada em obesos mórbidos, tem uma evolução mais lenta para obesos não tão mórbidos assim. Além disso, a minha gordura não é localizada no abdomen. O que também contribui. Para resumir, é difícil acabar com a bunda!

Bem... fora isso, nada de muito novo, afinal a alimentação só muda amanhã com a visita à nutricionista. Ele disse que o corte está ótimo, diminuiu, consideravelmente, o tamanho do curativo e por último, me liberou para dirigir. O máximo isso! Embora o Rodrigo esteja sendo um fofo, hoje ele voltou a trabalhar, é muito bom poder andar com as próprias pernas, ainda mais pra essa pessoa completamente independente que eu sou!

Bom... quanto às caminhadas, posso até aumentar os passos se eu quiser, mas academia ainda não. Aí eu saí de lá tão animada que me dei um presente: um tênis decente! Porque vou contar, o meu era um Reebok douradinho totalmente passeio fashion no shopping. Impacto zero. Estou tão atleta que mereço, né!?
Outra coisa... levei uma bronca por estar com o rosto excessivamente bronzeado (leia-se: vermelho) e o médico recomendou protetor solar fator 30 e boné! O protetor eu já estou usando. Agora preciso aderir ao boné!

Ah! Me perguntaram ontem sobre o funciomento do intestino. Que papo estranho! Mas vou falar... é normal. Assim... não é normal como de quem come. Mas é normal para quem só bebe. Deu pra entender? Tudo tranquilo!

E é isso... vou dando notícias!
Beijo grande,
Thaisa

domingo, 28 de junho de 2009

Décimo primeiro dia...

Tudo tranquilo por aqui... continuo com a minha super dieta líquida. E a sopinha que era tão gostosa, já começa a ficar enjoativa. Mas tudo bem. Nada insuportável.

Começo a perceber indícios de fome. Não aquela fome monstruosa que me consumia até poucos dias atrás. Mas digamos que seja um ronquinho diferente avisando que é hora de comer. E ele vem mesmo na hora das refeições. É estranho, mas já estou me acostumando.

A gelatina está salvando a pátria. Ela dá uma sensação de comida (e não de bebida). Tenho comido duas por dia. Uma no café da manhã e outra no lanche da noite. Durante o dia eu prefiro os sucos. E assim vou levando.

Teve festa junina da escola do João e eu não poderia deixar de ir, mas confesso que não me senti muito bem. O sol estava quente, não tinha lugar pra sentar e eu acabei ficando cansada. E ainda aquela infinidade de barraquinhas de cachorro quente, bolos, doces e todo tipo de comida gostosa. Logo voltamos para casa mas, pelo menos, assistimos à apresentação do pequeno. Que foi linda!
Há quem diz que já "afinei" um pouco. Na verdade, me sinto inchada ainda e prefiro não pesar. Vou deixar pra fazer isso na segunda-feira com o meu médico.

Lembram que eu comentei sobre o tal seroma? É um líquido que vaza do corte. Pelo que entendi, é a gordura que não "cola" e acaba saindo de alguma forma. Aliás, umas das coisas que ainda não entendi - e jamais pensei em perguntar pro médico - é o porquê de não usar dreno ou sonda. Enfim... eu não usei. Pois então, o seroma está saindo há uns 4 dias. No começo fiquei bem apavorada, mas o quadro é exatamente igual ao descrito pelo médico. Deve estar normal... lá no último pontinho fica "minando" uma aguinha e vai formando uma "casquinha" amarelinha na ferida. Incomoda sim, bastante, mas não dói, não cheira, só molha a gaze.
De qualquer forma, me sinto bem.
E amanhã é um novo dia...
Beijos,
Thaisa

sábado, 27 de junho de 2009

O décimo dia e a rotina do pós...

Já que consegui atualizar as coisas por aqui, hoje vou falar um pouco da rotina do pós-operatório. Uma das coisas que eu sempre me preocupei foi com custos. O que eu gastaria afinal? Sim, porque o plano de saúde só a paga a conta do médico e do hospital.
E olha... não é tanta coisa assim, até bem tranquilo, por enquanto.
Descrevendo o décimo dia vocês poderam calcular alguns gastos básicos.

Geralmente estou acordando por volta de 7 horas! Ai que sonho! Pra quem pula da cama todo dia às 5 e meia, isso é fantástico. E a primeira obrigação é colocar o polivitamínico (Supradyn - R$ 23,00 na DrogaTati - 10 comprimidos) para dissolver na água. Ele é tipo um sonrisal e como não posso ingerir o gás, melhorar esperar mesmo. Junto com ele eu tomo o Omeprasol (R$ 42,00 - Lordelo Manipulações - 50 comprimidos). Basta abrir a cápsula, colocar as bolinhas na boca e empurrar com o polivitamínico. Pequenas doses e acaba tudo certo. E não é que as bolinhas descem numa boa? No começo eu ficava morrendo de medo!

Depois disso eu tomo meu banho para refazer o curativo (álcool 70% - R$ 10,00/1l + gaze - RS 1,00 o pacote com 5 + microporo - R$ 5,00 o rolo). Não sei dizer quanto tempo isso dura, mas não é muito. A gaze eu uso 3, 4 a cada curativo e o microporo (optei pelo Cremer peles sensíveis para evitar as irritações do começo) não rende muito. Eu também sou bem generosa, não fico economizando não!

Curativo pronto é hora da injeção de heparina contra a trombose. Estou usando o Clexane, uma por dia (R$ 63,00 - 2 injeções - Farmácia Lig Med conveniada da GEAP). Encontramos a mesma até por R$ 88,00, então é importante dar uma pechinchada, afinal são 15 dias, ou seja, 15 injeções. No começo meu pai me aplicava, mas como ele precisava voltar pra vida dele e o Rodrigo morre de medo de agulha, eu mesma assumi essa função. É uma injeção subcutânea, às vezes dói, às vezes não. Mas nada de crises por causa disso.

Injeção aplicada... hora de colocar a meia compressora (R$ 97,00 na Hospitália). Essa é indispensável. Desde que saí da UTI só a tiro para o banho e uma única vez para lavar. E ainda assim passei uma tarde agoniada sem ela. O médico diz que é de extrema importância para evitar a trombose. Então já viu, né? Essa palavra me assusta! E dá-lhe meia! E nem é tão incômoda quanto as pessoas relatam. Me adaptei super bem! O único problema é calcá-la. Impossível fazer isso sem a ajuda do meu super marido!

Por último e não menos importante... A faixa abdominal (R$ 71,00 na Hospitália). Querem saber? Essa é chata. Não sei se é pq eu tenho uma cintura funda, ela fica frouxa, arranhando as minhas costas. Mas entendo também a sua importância e coloco para caminhar. Confesso que não tenho a mesma disciplina que com a meia, mas me esforço.

E aí já são oito horas. A primeira refeição do dia. Posso escolher por 250ml de gatorade (R$ 2,49 no Wall Mart) OU água de côco (R$ 2,00 o côco natural na Feira do Guará) OU Hiline da Yakult (R$ 1,95 no Super Maia) OU chás claros (que eu detesto) OU gelatina diet (R$ 1,65 da Doce Menor no Super Maia) OU sucos de frutas naturais e polpa (R$ 0,69 a 1,09 a polpa no Super Maia) batidos e coados. Eu tenho variado, mas como enjoei do gatorade e da água de côco, odeio o hiline e os chás, acabo "comendo" a gelatina ou tomando o suco. Costumo bater a polpa com o adoçante Linea (R$ 9,50 no Super Maia). Adendo: o Linea é a descoberta da minha vida. Odeio adoçante e ele é perfeito, juro!

E aí é hora da caminhada. Pego uma garrafinha de água e lá vou. Não existe percurso ou tempo determinado. Depende da minha disposição. Como o Rodrigo vai comigo, tentamos ir um pouco mais longe a cada dia. Costumamos medir nos postes de luz e a cada dia avançamos um. Com isso começamos em 15 minutos e já estamos em 30. Algumas vezes sinto dor nas costas, acho que é a falta de costume. Mas isso já está melhorando. Quando chegamos em casa tem uma série de alongamentos e pronto.

Fico livre para mexer na internet, ver algum filme, fazer scrap. Mas nada de deitar. Cama jamais!

Às 10 horas tem outro lanchinho com as mesmas opções do café da manhã e meio dia é a hora do caldo de sopa. A ordem da nutricionista é cozinhar os legumes com uma carne magra. Coar e tomar apenas o caldo. Ela disse que eu conseguiria tomar uns 150ml. Mas vou falar sério... eu tomo mais que isso. Gente, desce super bem. É uma delícia. É o único momento que eu fujo do doce. Como ela não restringiu a quantidade - só disse para não forçar - eu tomo o tanto que quero. E ainda assim eu não fico super cheia. Em momento algum em todos esses dias eu me senti empanzinada ou intalada. Tá bem tranquilo mesmo.

Às 15h30 também tem outro lanchinho e depois, às 18h outra sopinha e às 21h outro lanchinho. Nos intervalos eu não posso me esquecer da água. O total deve ser 2 litros por dia, contando tudo que se ingere. E acho que estou acalçando a meta facilmente.
Sabe de uma coisa? Na dieta da primeira semana eu ficava enjoada, não queria mais beber aqueles líquidos que eu podia, mas agora tudo melhorou. Tá bem fácil de passar o dia. Eu vou variando dentro do que eu posso e não me sinto obrigada a tomar novamente. Isso é ótimo.
E assim o dia vai passando... quando é ali pelas 17h eu tomo outro banho, troco o curativo novamente e faço outra caminhada. Normalmente na caminhada da tarde eu vou sozinha e então prefiro ficar aqui na quadra mesmo. Dou umas duas voltas na minha quadra e volto pra casa.

Ah! Como o médico liberou os passeios eu já fui à feira buscar côco, vou ao supermercado diariamente, levo e busco o João na escola (só não dirijo), já saí em papelarias em busca de cortiça, fui ao shopping procurar uma camisa pro pequeno dançar quadrilha e ontem, a querida Marcinha - minha amiga do scrap, veio me buscar para a despedida da Dé. Foi super legal o passeio. Na volta eu liguei e o Rodrigo me buscou. Me senti uma super adolescente!

Acho que deu pra entender muita coisa, né!?
Amanhã eu conto mais!
Beijo grande,
Thaisa

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os primeiros dias do pós...

E vou começar a contar do momento em que cheguei em casa. Eu estava tão feliz. Só de sair daquele hospital já era uma glória. O primeiro copo d'água então, nem se fala. Nada pior do que passar 3 dias no soro, apenas no soro. O primeiro gole foi na presença do Dr. Sérgio. Ele riu da minha cara de mineira desconfiada. Mas desceu bem, tranquilíssimo. Só uma sensação engraçada de umas bolhas flutuantes. Gases, certamente! E os próximos goles não foram diferentes, afinal tudo lá dentro devia estar completamente oco. Mas aos poucos fui me adaptando. São pequenos goles que descem facilmente. Nada de muito anormal.


A dieta da primeira semana é totalmente líquida: água, água de côco e gatorade. A ingestão deve ser de 20ml a cada 3 minutos e o mínimo deve ser de 2l por dia. Ok? Não. Péssimo. É uma tortura. O gosto é extremamente enjoativo! E eu fui empurrando aquilo pra boca abaixo.


Mas então... chegar em casa foi uma delícia. Minha cama, meu edredom e a certeza de que frio eu não passaria mais, não mesmo!


É uma mistura de sentimentos... a alegria de estar em casa e o medo de que algo aconteça e não ter ninguém pra chamar de médico. Mas meu pai e o Rodrigo supriram super bem essa carência hospitalar. Eles foram perfeitos. Saíram e compraram todo o material para o curativo e aprenderam direitinho como fazê-lo.


Como vocês já sabem... a ordem é: mexa-se! E isto quer dizer... caminhada, exercícios e tentar levar uma rotina o mais normal possível. Além disso, segundo recomendação do coagulopata (lembram?) comecei a profilaxia contra a trombose. É uma injeçãozinha subcutânea por dia (caraaaa e super difícil de encontrar!). Nos primeiros dias foi meu pai quem aplicou, agora já faço isso sozinha. É como aplicar insulina, não dói nada. Às vezes fica roxinho, às vezes não.

Preocupo-me em fazer caminhadas todos os dias pela manhã e à tarde. 15, 20 ou 30 minutos. Não importa. O legal é que consigo andar 2 ou 3 vezes por dia. De manhã o Rodrigo vai comigo... faz alongamento, coloca música no ouvido e leva garrafinha de água: super atleta. À tarde eu vou sozinha... um momento de reflexão e aproveito para repetir os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta.


Enfim... e conforme os dias foram passando, chegou uma terrível dor nas costas. Uma sensação de estar descadeirada. Liguei pro médico e ele disse que é por causa da maca. Fiquei muito tempo deitada. Normal. Mas pra mim não tem nada de normal. Entrei na novalgina. Não sou obrigada a sentir dor!


Outra coisa que me fez ligar pro Dr. Sérgio: alergia de microporo. Ninguém merece!? Tô eu sentindo uma coceira danada... quando olho no corte, pronto, tudo empipocado! Mas também foi um problema que já passou, mudei a marca e tudo se resolveu.


Por falar nisso, preciso fazer um adendo. ODEIO ligar pro médico. E todo mundo aqui em casa sofre do mesmo mal. Eu falo em ligar e o Rodrigo já me entrega o telefone. Sei lá, acho que rola uma vergonha, receio de incomodar. Mas querem saber? Ele atende com a voz melhor do mundo... "Thaisinha"... e eu fico toda contente.


Pois bem... acho que vcs esperavam mais da primeira semana, né? Mas foi assim mesmo... sossegada. Um filminho aqui, um scrap ali e o tempo realmente passou!


Até que chegou terça, dia 23... o meu primeiro encontro com a nutricionista.

E eu, que já tinha pesado na farmácia 6kg a menos, cheguei no consultório toda eufórica.

Bem que ela já havia me avisado pra não confiar em balança de farmácia. Não deu outra.

Foram apenas 3kg que eu perdi. Me frustrei, claro.

Mas assim... estou conformada. O que ela explica é que o interessa pra gente não é o peso e sim a porcentagem de perda. Porque é impossível (e desleal) comparar a minha perda de peso com a de um obeso mórbido de 160kg. O meu processo será mesmo mais lento.

Então é ter paciência!


E agora ela passou a dieta da segunda semana.

E vou dizer... fez uma diferença danada. Agora posso tomar um caldinho de sopa coado. Só a aguinha mesmo. Mas o sal na boca já é tudo de bom. Ainda acrescentou a ingestão de sucos de frutas e gelatina. Salvou a pátria!
Agora hoje, no nono dia, o problema é o corte. Está "minando" um líquido que o médico, familiarmente, chama de seroma. Acho que tem a ver com a gordura e tem que sair mesmo.
E é isso... coloquei o blog em dia.
De agora em diante posso voltar a contar detalhes, se Deus quiser.


Beijo grande,
Thaisa

terça-feira, 23 de junho de 2009

Finalmente...

Bom, eu sei que vou dar um salto enorme nos acontecimentos aqui, mas se não o fizer, esse blog não entra em dia nunca! rs...
Passada a fase da dúvida ... operar ou não operar? Aconteceu com a minha amiga mas não quer dizer que vai acontecer comigo! Eu vivi dias terríveis. Terríveis mesmo. E como já disse, procurei apoio da família e da psicóloga e decidi tocar em frente meu pré-operatório.
Como eu já estava com tudo pronto, só faltava mesmo a última conversa com o Dr. Sérgio. Levei o Rodrigo que, até então tinha os dois pés atrás, e qual não foi a minha surpresa, ele se apaixonou pelo médico e se tornou o maior entusiasta da história. Ótimo! Um aliado muito importante por sinal. Foi tudo que eu quis durante esses dois últimos meses. Um apoio sólido. E eu passei a ter.
Na última consulta o Dr. Sérgio foi super profissional (mais ainda do que ele tinha sido até aqui), expôs todos os riscos, vantagens, etc. Eu continuei topando. E ele marcou a cirurgia para o dia 16 de junho.

E então começou a correria para a autorização do plano de saúde. Aff... aí sim é uma novela mexicana. Agendei a perícia. Terror total do perito da GEAP. Me chamou, ironicamente, de magrinha e disse que o peso ainda estava muito baixo para tal procedimento. Conforme ele foi vendo os exames, deve ter mudado de ideia. O fato é que eu saí de lá com uma autorização prévia. Ainda faltava o "aval" da central. Não sei bem o que quer dizer isso, só sei que deu certo. Dois dias depois estava tudo ok e eu já levei toda a documentação no Hospital JK.
Depois não tive mais com o Dr. Sérgio. Só fui à Mariana, nutricionista. Levei a sogra e a empregada... jurando que elas fossem aprender a fazer as minhas comidinhas! Mas que comidinhas? A única receita com a qual saí de lá foi a do Carrefour... pra comprar gatorade e água de côco!
Mas sim, tudo é lindo quando se sonha com alguma coisa!
E no dia 16 de junho de 2009, acompanhada pelo Rodrigo e meu pai, dei entrada no Hospital JK. Apenas passei meus exames para o anestesista - Dr. Andrade, conversamos um pouco e logo em seguida fui encaminhada para o centro cirúrgico. Só pedi ao médico que não me cedasse antes de ver o Dr. Sérgio. E assim foi... minutos depois ele chegou (posso chamá-lo de fofo???), fofo, adorável, pegou a na minha mão e se desculpou pela demora pq estava batendo papo com o meu pai (que a essa altura também já estaria encantando por ele!). Minhas pernas foram enfaixadas pela instrumentadora Lu e depois disso, apaguei!
A minha cirurgia teve início às 7h30 e terminou por volta das 10h50.
Aos poucos, na sala de recuperação, fui voltando ao mundo!
E que mundo... tinha gente gemendo, gritando, chorando. E eu, querendo fazer tudo isso, só clamava por um cobertor. Ou um aquecedor. Ou qualquer coisa que pudesse aliviar aquele frio insuportável. O frio era maior que a dor ou a dor era maior que o frio? Sinceramente, não sei dizer.
Mas o que vinha no meu pensamento era a conversa que eu tive com o Dr. Sérgio na última consulta e ele me preparou para as 6 piores horas da minha vida. E realmente foram. Mas lembrei também da frase preciosa que ele me disse... "não se esqueça que o próximo minuto será melhor do que passou"! E os minutos foram passando...
Não entendi pq não me levaram para a UTI logo em seguida, afinal, era o combinado. Acontece que depois eu vim a saber que tinha uma pessoa muito mal lá, preferiram me poupar. E eu fui aquela que passei as 6 piores horas da minha vida na sala de recuperação.
Por volta das 5 e meia da tarde, decidiram me encaminhar para a UTI e eu pedi, grogue, que chamassem meu pai e o Rodrigo. E assim tivemos um encontro, completamente grogue, no corredor. Mas sabe, isso encheu meu coração de alegria e eu entrei na UTI como quem vai pra Disney! Feliz, feliz!
A noite lá não foi nada agradável. Como era de se esperar. O que me enlouqueceu foi a sinfonia de apitos. Mas tive a sorte de conhecer enfermeiras formidáveis, super dispostas para trocarem as mil fraldas que usei. E assim que o dia raiou eu pedi pelo amor de Deus pra pular da cama. Todo mundo me olhou torto mas eu disse que foram ordens do Dr. Sérgio. E foram mesmo. Outra coisa que eu jamais vou me esquecer foi ele dizendo... "Abriu os olhos, comece a mexer os pezinhos. E pule da cama!"
Implorei por um banho e fui atendida. Conseguir um kit banho dentro da UTI é mais raro que agulha no palheiro, afinal, normalmente os pacientes de lá mal se mexem. Mas eu consegui. Tudo bem que ninguém desembaraçou o meu cabelo lavado com sabão, mas já estava ótimo. Não reclamei de nada. Nem do fisioterapeuta que me arrastou de sari (leia-se lençóis de UTI envoltos a um corpo, ainda gordo) pelos corredores.
De cinco em cinco minutos eu olhava no relógio, esperando pela hora da visita!
E ela chegou... 12h30 em ponto, lá vem o Dr. Sérgio + papai+ Rô. Sarou tudo! Eu já estava pronta pra ir por quarto. E fui...
E como meu médico disse, cada minuto foi melhor que o outro.
O que muito me incomodou foi o soro no braço. Eu sou péssima de veias e se escapole, já era. Tomei 12 picadas e não encontraram sangue. E nem culpo os coitados dos enfermeiros, eu sempre fui assim. Então não preciso dizer que voltei pra casa cheia de hematomas.
Mas voltei... foram apenas 2 longos dias, mas aqui estou eu.
EM CASA.
Logo volto para contar sobre os primeiros dias.
Beijo grande,
Thá

sábado, 20 de junho de 2009

Eu voltei...

Bom... em primeiro lugar peço desculpas pelo abandono do blog. Eu sei que quase ninguém aparece por aqui mas eu DETESTO começar uma coisa e não dar sequência a ela. Mas não foi o que eu que eu fiz, não mesmo. Vontade de escrever e contar cada detalhezinho do último mês não me faltou, mas foi uma mistura enorme de sentimentos, uma correria danada e enfim... não escrevi mesmo.
Para resumir os últimos acontecimentos do pré-operatório, posso dizer que passei por mais alguns médicos, peguei outros poucos resultados e voltei ao famoso coagulopata. Conclusão: Ele havia pedido os exames da trombose em outro laboratório e os resultados deram completamente diferentes. Positivos por sinal. Isso mexeu comigo de uma forma assustadora.
Em meio a todo esse período de sumiço, perdi uma grande amiga que havia feito a cirurgia de redução de estômago e sofreu o justamente uma embolia pulmonar. Havíamos nos falado dias antes dela falecer e eu fiquei realmente abalada. Primeiro pela enorme perda. Ela foi umas das grandes amigas que eu tive na vida. Estava super feliz e animada com os resultados. Uma tragédia sem explicação. Tentei escrever algo sobre isso aqui, mas no meu atual momento foi impossível.
Busquei ajuda da minha família, da minha psicóloga, do pneumologista maravilhoso que cruzou o meu caminho naqueles dias e optei por não desistir da cirurgia. O pré-operatório foi muito complicado, intenso, cheio de medos e ansiedades. Sei que se desistisse agora, provavelmente daqui a 1 ano, voltaria este sonho a me atentar... muito possível que estaria eu com 10 kilos a mais e teria que passar por todas essas fases novamente.
Eu resolvi continuar...
Amanhã termino de contar os próximos passos, eu não podia pular essa parte!
Beijos,
Thá