sexta-feira, 17 de abril de 2009

E tá tão corrido...

E eu que pensei que daria tempo de atualizar aqui e fazer as milhões de outras coisas que eu me proponho!
Bom... ontem...
Dia 16, pela manhã... Ortopedista - Dr. Henry Campos.
Na verdade, eu já fazia acompanhamento com uma ortopedista, mas ela foi embora de Brasília e então fui a um médico na mesma clínica. Sinto fortes dores na coluna/nuca e nos joelhos e ele pediu um raio-x ortopédico e uma ressonância magnética dos joelhos. De qualquer forma, ele super indica a cirurgia e falou muuito bem do Dr. Sérgio! Adorei!
Dia 16, a tarde... busquei resultados da Ecografia e do raio-x do tórax.
Muito engraçado como as coisas acontecem, né? Eu fiquei de levar um pedido de um exame que faria no dia 6/5. Deveria levar lá na clínica um dia antes, ou seja, dia 5/5. Como essa clínica é colada lá no laboratório que já estava, pensei em resolver logo isso. E fui... cheguei lá e não é que o exame não estava marcado? Como assim? Fiquei indignada! E rodei a baiana, lógico... coitada da recepcionista, ficou tão espantada que conseguiu uma vaga no dia 29... hahaha! Óteeeemo!
E como se não bastasse... tô lá eu dando meu piti (com a pastinha do Dr. Sérgio na mão) ... uma mocinha super educada me pergunta se eu vou operar com o Dr. Sérgio e eu disse que sim! Ela vai e diz que tem 30 dias de operada e começou a me contar todos os detalhes. Como ela estava esperando pra ser atendida, sentei e perguntei tudo que eu tinha vontade... hehehehe. Tipo melhores amigas. Ela me disse que trabalha na UTI do Santa Lúcia e que o Dr. Sérgio é o melhor médico que passa por lá. Adorei isso. Foi Deus mesmo que me mandou ali naquele momento!
Saí feliz da vida e fui a uma consulta diferente.
Essa eu fui por conta própria. É um tratamento com florais, pra conter a ansiedade.
Olha só... eu sou mega cética. Mas a minha sogra fala tão bem desse tratamento que fui lá ver qual é.
É com uma senhora, Ana Maria, super chique, educada e que passa uma coisa boa pra gente.
Ela me sentou num divã. Ligou uma musiquinha de fazer dormir. Fez uma numerologia da minha data de nascimento + a do Rodrigo e logo em seguida me deu um livro com o corpo humano e, com uma varinha parecendo antena de rádio, foi apontando pras partes do corpo humano e perguntando se eu sentia isso ou aquilo. No final ela preparou os florais, me mandou abrir a boca e pingou logo 4 gotinhas debaixo da língua. E foi isso... se funcionar, eu venho aqui contar!
Bom... e hoje, dia 17, fui ao laboratório de exames de sangue.
Lembram que eles me picaram e não pegaram sangue? Hoje fui ao Pasteur do Lago Sul, outro nível... o cara é um expert. Fiquei impressionada. Num minuto encheu 15 tubinhos de sangue e me liberou!
No meu horário de almoço corri na Clínica de Ortopedia pra pegar um pedido que estava errado. Ai Jesus, esses pequenos tropeços a gente não calcula, né!? Mas enfim... acontecem!
Saí do trabalho, fui em casa dar um beijo nos meninos e saí como louca pra uma clínica em Taguatinga pra fazer a ressonância magnética. Cheguei lá às 18h50 e o cara me vira e diz que o exame está marcado pras 21h40. Ahhh! Pense se eu já não dei outro bafão... na hora! Mas não adiantou muito, ele não cedeu, me devolveu as guias e disse que era impossível atender. Eu disse... ah é!? VOu ligar no plano de saúde agora e dizer que isso aqui é uma porcaria. Num minuto estava a administração inteira da clínica lá... hahahaha... adorooooo! E fui atendida, óbviooo! Ô exame chato... parece que a gente vai ser engolida por uma nave espacial!
Agora ... chato mesmo deve ser, quem não tem o menor interesse na cirurgia, ler tudo isso, né!?
Gente, blog divertido é o meu do scrap... aqui é só um diário pra eu não me perder em meio a tantas coisas. E futuramente, quem sabe, poder ajudar alguém.
Vou dormir.
Beijocas,
Thaisa

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Muito além de um sonho...

Oi Pessoas,

Há uma longa história para contar e vou tentar fazê-lo aos poucos, mas antes quero ressaltar o objetivo do blog... a ideia é um diário virtual que possa servir de apoio e incentivo para pessoas que vivem situação semelhante à minha e que tenham vontade e indicação para cirurgia bariátrica – gastroplastia – redução de estômago.

Pois bem... eu não sou obesa mórbida. Já fui em alguns momentos da vida, mas hoje estou com 17 quilos a menos que o meu peso máximo. Como a grande maioria que sofre de obesidade, o processo vem de muitos anos, desde a infância. Sou de uma família, literalmente, obesa... pais, tios, primos, etc... no total já são 9 casos de familiares que se submeteram ao procedimento cirúrgico.

O meu histórico é antigo. Aos 12 anos de idade comecei a fazer dietas com endocrinologistas, alcançava resultados positivos e logo voltava a ganhar peso. Um pouco mais tarde, comecei a passar férias escolares em spa, freqüentava “Vigilantes do Peso”, nutricionistas, etc. Logo depois, parti para tratamentos loucos de todas espécies, remédios contra-indicados, as famosas bolinhas, gotinhas, dietas da lua, do sol, da sopa, shakes e tudo mais que possa existir por aí!

Há três anos e meio, após a gravidez do meu filho, cheguei ao meu máximo de 108 kg. Depois disso, fiz um voto de cortar chocolate, refrigerante e pizza e nunca mais ingeri estes alimentos. De cara, eliminei 10 kg e depois mais 7. Hoje, com IMC 36, sinto dificuldade de continuar perdendo peso e optei pela gastroplastia.

E o principal motivo que me levou a tomar a decisão vem de uma história de final triste que não posso omitir. Minha mãe foi obesa durante muitos anos, fez a cirurgia bariátrica bem-sucedida em 2000, emagreceu mais de 30 quilos e viveu muito feliz. Acontece que, em decorrência de sérios problemas adquiridos ao longo de uma vida “gorda”, ela foi obrigada a se submeter a uma cirurgia ortopédica e faleceu no pós-operatório de embolia pulmonar, exatamente igual à minha avó 40 anos antes.

Tudo isso mexeu, essencialmente, com a minha pessoa... a genética, o histórico semelhante que eu tenho seguido e enfim, não quero privar o meu filho de ter mãe por muitos anos (aliás, deveria existir uma lei que determina que mãe não morre!). Além disso e acima de tudo, quero traçar um final feliz para a minha vida!

Não posso dizer que tenho o apoio de todos os meus. Embora, há tempos, já venha falando sobre a possibilidade, ninguém leva muito a sério. Na época da minha mãe o meu pai foi totalmente contra e depois se conformou com a ideia. O meu marido segue os mesmos passos... ainda não se convenceu de que é o melhor, mas respeita a decisão e já é o primeiro passo.

E então... procurei o plano de saúde, me informei sobre os médicos em Brasília e comecei a correr atrás. Descobri o Dr. Sérgio Arruda, marquei uma consulta e ouvi dele que, mesmo não tendo o IMC 40 – que caracteriza a obesidade mórbida – eu tenho a indicação cirúrgica porque apresento co-morbidades, ou seja, problemas decorrentes do excesso de peso.

A partir disso, começa uma grande trajetória. A minha primeira consulta foi no dia 3 de abril de 2009 e estou correndo contra o tempo.

A princípio, são obrigatórios os laudos dos seguintes profissionais: Nutricionista, Psicólogo, Cardiologista, Endocrinologista e Pneumologista. Como temos a missão de provar as co-morbidades, ainda vou precisar ser avaliada pelo Neurologista, Ortopedista, Oftalmologista e o Hematologista.

Sim, é uma saga de médicos e exames. Alguns demoram a ser marcados, outros têm vaga só para o próximo mês, etc... tudo isso gera uma absurda ansiedade. Mas estou lutando para me controlar!

Vou fazer aqui um resumo do que já aconteceu até hoje e nos próximos dias darei continuidade em um tópico específico.

No dia 11, pela manhã... sim, sábado de aleluia (eu quero mais é que a coisa ande!): Endoscopia no Laboratório CIMI.
Exame famoso de chato, mas indispensável... a única recomendação era que eu fosse acompanhada e a minha cunha foi comigo. Me deram um sedativo, fiquei grog e foi rapidinho! Logo estava em casa de volta, com a garganta um pouco irritada, mas bem tranquila. Dormi um soninho básico e a tarde eu estava zerada! Ah... futriquei o exame, li o resultado e apareceu uma tal pangastrite enantematosa. Confesso, fui pro google ver o que vem a ser isso. Fiquei péssima pensando que pode levar a um tratamento que protele a cirurgia, mas seja o que Deus quiser. E prometi a mim mesma que não recorro mais ao google!

No dia 13, a tarde: Consulta com o oftalmologista – Dr. Rodrigo Almeida.
E vocês devem se perguntar: mas o que o olho tem a ver com o peso? Bem, o médico suspeita de um pseudo tumor cerebral, comum nos obesos, que afeta a visão periférica. Fui realizar um exame de campimetria computadorizada. Parece um teste psicotécnico. Toda vez que disparava um flash de luz, eu tinha que apertar um controle remoto – quase um playstation!

No dia 13, a noite: Palestra com o Dr. Sérgio Arruda e sua equipe no auditório do Hospital Santa Lúcia.
Esta palestra é realizada em todas as segundas segundas-feiras do mês e também é obrigatória para a conclusão dos procedimentos pré-operatórios. E ainda que não fosse obrigatória, é fantástica, esclarecedora. A equipe explica todo o processo cirúrgico. Começou pela nutricionista falando sobre os hábitos alimentares e depois veio a parte psicológica. Em seguida, falou sobre o ato cirúrgico e os tipos de cirurgia bariátrica. E mais tarde o público se interage numa sessão de perguntas e respostas entre candidatos à operação e operados. Sensacional! Saí de lá com a certeza absoluta de que é isso o que eu quero!

No dia 14, logo cedo: Centro Diagnóstico de Brasília.
Tentei concentrar o que deu em um mesmo laboratório e cheguei antes das 7. Acreditem! Demorei tanto para ser atendida que passou do horário de colher o sangue para o tal do cortisol. Este exame exige que a coleta seja feita entre 8 e 9 da manhã e só fui atendida depois do horário. Momento tenso! Mas fiz o raio-x do tórax e em seguida fui para a coleta do sangue para os outros exames. Acreditem novamente... fui picada 7 (SE-TE) vezes e não conseguiram coletar o meu sangue. Prefiro não tecer comentários!
Logo após eu fiz uma ecografia geral e já fui informada que estou com gordura no fígado. Ponto pra co-morbidade!

No dia 14, a noite: Psicóloga – Dra. Simone.Fui à minha primeira avaliação com a psicóloga da equipe do Dr. Sérgio. Foi mesmo só uma avaliação, perguntas e respostas, questionários e a proposta de participar de uma terapia pré-operatória em grupo. Topei, óbvio! Serão 5 sessões e começaremos no próximo dia 28!

Aí... dei uma super sorte... a Nutricionista – Dra. Mariana, estava lá e, gentilmente, me atendeu, evitando que eu precisasse voltar lá hoje para a consulta que estava marcada. Pronto! Me apaixonei por ela e agora? Linda, extrovertida, falante, prática... ficaria aqui um dia inteiro tecendo elogios pra moça. E ficamos mais de uma hora falando de alimentação, claro! Contei a ela meu diário alimentar e sem o menor pudor, relatei sobre o Mc Donald’s exacerbado que eu consumo. E também disse da disposição para mudança de todos os hábitos. E ela já traçou um plano alimentar para os próximos dias que antecedem à cirurgia. E pasmem... hoje, antes das 7 da manhã, estava eu no supermercado comprando leite em pó desnatado, adoçante, pão light e 5 minutos depois, comi uma banana e agora, três horas mais tarde, comi uma pera! Pode parecer ridículo, mas pra quem come tudo errado, é o começo de uma mudança que vai durar a vida inteira e é este o meu propósito!

Bom... como já contei o que aconteceu até aqui, os próximos relatos vão ser diários mesmo. Tomara que tenha público, gordo ou magro, para o meu blog, porque é muito legal poder dividir a experiência com pessoas interessadas. Pelo menos, penso que, na condição de tantas expectativas, gostaria de ler algo semelhante ao que agora escrevo.

E é isso... hoje não tenho programação “hospitalar” porque a nutricionista fez a caridade de me atender ontem, assim vou ter tempo para caminhar, o que também é recomendação médica. Segundo ele é a preparação para o estresse cirúrgico! Mandou, a gente obedece!

Então tá...
Beijo grande!
Thaisa